A retinopatia diabética é uma das mais importantes complicações do diabetes mellitus, sendo considerada a principal causa de cegueira irreversível no Brasil. Assim, é importante que todo paciente diabético tenha um controle glicêmico adequado e um estilo de vida saudável, além de realizar exames oftalmológicos anuais para prevenir o surgimento e a progressão da doença.
O que é a retinopatia diabética
A retinopatia diabética é uma doença ocular crônica desencadeada pela alta concentração de glicose circulante no sangue da pessoa com diabetes descompensada, causando danos às paredes dos vasos sanguíneos, que se tornam mais frágeis e menos eficientes. Com isso, a retina recebe poucos nutrientes e oxigênio e aos poucos vai se deteriorando, até o momento em que as células morrem e ela perde sua função: converter as imagens em impulsos elétricos enviados ao cérebro.
Fatores de risco
Vários fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da retinopatia diabética e ao agravamento do quadro e seus sintomas, tais como:
- Tempo de diagnóstico: quanto mais tempo a pessoa tem diabetes, maior é o risco de desenvolver retinopatia diabética;
- Controle glicêmico inadequado: a glicose circulante nos pequenos vasos é a causa principal da doença;
- Hipertensão: a pressão alta pode aumentar os danos nos vasos sanguíneos e, consequentemente, as hemorragias na retina;
- Controle lipídico inadequado: a presença de altas concentrações de colesterol e triglicerídeos pode afetar a circulação sanguínea local;
- Tabagismo: as substâncias presentes no cigarro causam inflamações e agrava os danos aos vasos da retina;
- Gestação: mulheres diabéticas têm maior risco de desenvolver retinopatia diabética durante a gravidez, ou acelerar a progressão do quadro pré-existente.
É importante destacar que, embora esses fatores de risco aumentam a suscetibilidade à retinopatia diabética, nem todas as pessoas com diabetes desenvolvem essa complicação ocular. Portanto, adotar um estilo de vida saudável, manter um controle glicêmico adequado, controlar a pressão arterial e aderir a uma dieta equilibrada podem ajudar a reduzir o risco e a progressão da doença.
Sintomas e alcance da retinopatia diabética
Os sintomas iniciais da retinopatia diabética podem variar e demorar a aparecer, mas conforme a condição progride, pode-se notar:
- Visão turva;
- Manchas flutuantes;
- Perda de visão periférica;
- Percepção de cores alterada;
- Dificuldade de enxergar à noite.
Prevenção da retinopatia diabética
Dado que a retinopatia diabética é uma condição crônica, com sinais tardios e grande risco de levar à cegueira, é fundamental que as pessoas com diabetes tenham um estilo de vida mais saudável e busquem prevenir o surgimento dessa condição, sendo que a principal forma é através do controle glicêmico adequado – tanto com dieta quanto com medicamentos quando prescritos.
Além disso, todo paciente com diabetes deve fazer consultas anuais ao oftalmologista para realizar exames que avaliem o fundo de olho, e identificar o aparecimento de quaisquer lesões na retina antes que surjam os sintomas, prevenindo assim as complicações do quadro.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da retinopatia diabética é dado por meio de exames oftalmológicos específicos que avaliam a condição da retina, como o exame de fundo de olho e a retinografia. O primeiro consiste em utilizar um oftalmoscópio para examinar diretamente os vasos da retina logo após dilatar as pupilas com um colírio. Já a retinografia é feita com uma câmera especial que capta imagens detalhadas da retina, permitindo que o oftalmologista identifique alterações diversas, como edema macular, neovascularização ou outras características da retinopatia diabética.
A depender do grau de comprometimento da retina, o oftalmologista pode indicar tratamento medicamentoso para reduzir o edema e a neovascularização e, consequentemente, retardar a progressão da doença, além de procedimentos como injeção intravítrea, fotocoagulação a laser ou, até mesmo, cirurgia.