Você sabia que a cirurgia de catarata é o único tratamento eficaz para a doença? Aliás, por ser uma doença progressiva, se não tratada da maneira correta e com acompanhamento especializado, a catarata pode levar à cegueira.

Imagina o que é conviver com uma “névoa” sob os olhos que te impede de ler, dirigir e realizar os afazeres cotidianos. Infelizmente, essa é a realidade das pessoas diagnosticadas com a catarata. Essa é uma patologia oftalmológica bastante recorrente em todo mundo, sendo responsável pela metade dos casos de cegueira registrados.

Mas, a boa notícia é que, com o tratamento adequado, é possível reverter essa situação. Quando se trata da terceira idade, a catarata é uma das doenças mais mencionadas, já que a maioria de seus portadores costuma ter mais de 55 anos de idade. Com o passar dos anos, é normal que nosso organismo sofra um envelhecimento natural de células, tecido e estruturas, modificando o seu funcionamento.

Com os nossos olhos, não é diferente!  Mas, a catarata é uma doença muito mais complexa do que aparenta. Por isso, apesar de, na grande maioria dos casos, estar ligada à senilidade, a patologia pode ser desencadeada por outros fatores que impactam igualmente a saúde – e, por isso, pode aparecer em diferentes idades. Existem muitos medicamentos e colírios que auxiliam na melhora da acuidade visual.

No entanto, somente a cirurgia de catarata consegue tratar a doença, devolvendo ao paciente a qualidade da visão por completo. Além dos diversos benefícios, essa é uma alternativa muito prática de ser realizada. Este artigo é dedicado para quem já possui o diagnóstico da doença, ou para aqueles que possuem suspeitas. Nele, você vai encontrar tudo que precisa saber sobre a catarata e sobre a cirurgia pelo método de facoemulsificação. Boa leitura!

O que é catarata?

Provavelmente, todo mundo já ouviu falar sobre essa complicação. Mas, você sabe ao certo como ela se desenvolve e como afeta a visão? A catarata é uma doença progressiva muito comum que, quando não tratada adequadamente, acaba levando a perda total da visão.

A patologia se desenvolve no cristalino, lente natural dos olhos. De forma progressiva, o cristalino vai perdendo a sua transparência e ficando turvo. A córnea e a visão do paciente vão ficando cada vez mais prejudicadas pela opacidade, que pode ser parcial ou total.

Olho de paciente com catarata.

Como a catarata se desenvolve?

O cristalino é a lente biconvexa do olho, localizada atrás da pupila. Ao se desenvolver, a catarata cria uma espécie de película sob o olho do paciente que, aos poucos, vai de encontro ao centro da retina, tornando a visão turva e embaçada. Esse embaçamento dificulta o alcance dos raios luminosos até a retina, local onde ficam os receptores fotossensíveis da nossa visão.

Com o avanço da doença, a vista fica comprometida tanto para perto quanto para longe. E quanto mais o tempo passa, mais as fibras do cristalino vão perdendo a elasticidade e se tornando enrijecidas. Como o cristalino é responsável por garantir o foco e a nitidez das imagens que chegam até os olhos, o quadro de cegueira aos poucos se instala.

Os principais sintomas

A visão opaca e turva é considerada a principal característica da doença em todo o mundo. Mas, é claro que esses sintomas não são os únicos. Veja alguns dos indícios de que você pode estar com catarata:

  • Alteração constante dos erros de refração ocular (grau dos óculos);
  • Cefaleia;
  • Diminuição da sensibilidade às cores e contrastes;
  • Diminuição da visão noturna;
  • Dor nos olhos;
  • Enxergar brilhos e halos;
  • Enxergar vultos;
  • Visão dupla;
  • Vista nebulosa;
  • Vista opaca;
  • Sensibilidade à luz.

No início, a doença tende a apresentar menos sintomas. Assim, alguns dos sintomas citados podem ser um indicativo de progressão. Ao detectar mais de um dos sintomas, procure um oftalmologista!

A catarata é transmissível?

Diversas informações errôneas sobre a doença acabam sendo disseminadas sem o devido conhecimento. Uma delas é sobre a transmissão da catarata. A doença não é contagiosa e nem transmissível para outras pessoas, muito menos pode passar de um olho para outro.

Possíveis causas e fatores de risco

Sendo uma patologia complexa e bastante ramificada, é natural que a catarata apresente também muitas causas e fatores de risco. Geralmente, a principal causa da catarata é mesmo o envelhecimento natural das células dos olhos. Mas, dependendo de algumas circunstâncias, ela pode surgir antes da velhice.

A hereditariedade é um fator bastante comum e determinante, estando muito presente nos diagnósticos. Porém, não é o único! Diferentes doenças oculares, algumas comorbidades e contato com agentes nocivos também podem desencadear o problema. Veja hábitos e fatores que, ao longo do tempo, acabam comprometendo o cristalino dos seus olhos:

  • Alto grau de miopia;
  • Cirurgia ocular mal realizada;
  • Dietas ricas em sódio;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Degeneração macular;
  • Diabetes;
  • Distrofia hereditária de fundo dos olhos;
  • Doenças metabólicas;
  • Exposição excessiva aos raios ultravioleta;
  • Glaucoma agudo;
  • Hipertensão;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Terapia de reposição hormonal;
  • Traumas oculares;
  • Trombose na retina;
  • Uso de medicamentos específicos;
  • Uso de esteroides;
  • Uveítes (inflamações).

Os tipos de catarata

Devido ao envelhecimento é muito comum que o cristalino perca sua transparência. Mas, infelizmente, a catarata pode ser desenvolvida por outros inúmeros fatores, que, pouco a pouco, danificam essa importante parte dos nossos olhos.

Isto é, a opacificação pode se formar por diferentes características, que não estão atreladas a senilidade. Além da Catarata Senil, para a medicina, existem outros 4 tipos de catarata.

Catarata Congênita: nesse caso, a catarata é uma característica de nascença do portador. Ou seja, a doença também pode se desenvolver em bebês recém-nascidos. Esse tipo costuma não apresentar sintomas e ocorre devido mutações genéticas, alterações nos cromossomos ou em casos de infecções da mãe – ainda no período de gestação – por rubéola, sífilis, toxoplasmose, entre outras.

O consumo materno de álcool e drogas durante a gestação também podem fazer com o bebé nasça com essa complicação. Geralmente, a catarata congênita fica mais evidente partir dos 6 meses de vida. Quanto antes for tratada, maior a qualidade de vida da criança.

Catarata medicamentosa: alguns tipos de remédios, quando ingeridos em excesso, podem fazer com que as células e estruturas dos olhos passem por alterações, afetando a acuidade visual do paciente. Antiinflamatórios, esteroides e corticoides usados por longo período são alguns exemplos.

Catarata Secundária: esse tipo de catarata está muito relacionada com o tipo de vida do portador. Aqui, a doença pode ser consequência de hábitos, mas, também, de doenças correlacionadas. Exemplos para esse tipo são patologias como hipertensão e diabetes, mas, ainda, fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e a realização de alguns tratamentos.

Catarata Traumática: acidentes ou lesões que geram machucados no cristalino podem desenvolver esse tipo de catarata. O problema costuma ser desencadeado através de lesões penetrantes, contusões, radiações diretas ou até mesmo descargas elétricas. Devido a sua natureza, é natural que esse tipo de catarata ocorra em apenas um dos olhos, aparecendo em qualquer idade ao longo da vida.

Ainda, é possível se aprofundar um pouco mais quanto as derivações da patologia. A área oftalmológica costuma trazer para a avaliação de catarata outras três subcategorias. Nessa desmembração, é levado em consideração o local onde a lesão do cristalino é identificada. Confira:

Subcapsular: a doença se desenvolve na parte posterior do cristalino e é mais comum em pessoas que possuem diabetes ou que ingerem altas doses de esteroides.

Cortical: é caracterizada pela formação de opacidades esbranquiçadas localizadas no córtex do olho. As opacidades se formam na periferia da lente, indo até o centro ocular.

Nuclear: esse tipo acontece sem fatores terceiros especiais, apenas em consequência do próprio envelhecimento (catarata senil). A doença se estabelece no núcleo da lente (zona central). 

Independente do tipo de catarata desenvolvido, o tratamento indicado é sempre o mesmo: a cirurgia de catarata. Os fatores que originam a doença são diferentes, mas, as consequências são as mesmas.

O impacto na qualidade de vida

A catarata progride de forma lenta. Mas, o quanto antes ela for diagnosticada, melhor e mais eficaz será o tratamento. Afinal, a catarata impacta a qualidade de vida e autoestima de seus portadores. Com a sua progressão, tarefas como dirigir, se exercitar, arrumar a casa, ler e até mesmo andar se tornam muito difíceis.

Como a maioria pessoas diagnosticadas com catarata são idosas, os pacientes acabam também ficando sem autonomia e precisando sempre contar com o auxílio de terceiros. Essa dependência pode desencadear quadros de ansiedade e até depressão. Mas, com o devido tratamento, as atividades básicas podem ser retomadas e, além disso, o uso de óculos também pode ser suspenso – dependendo de como será o tratamento escolhido.

A cirurgia de catarata

Quando se trata de catarata, já está mais do que comprovado que remédios oftalmológicos são apenas medidas paliativas. Atualmente no Brasil, a cirurgia de catarata é um dos procedimentos mais realizados, comprovando o alto índice de pessoas afetadas com essa complicação ocular. A perda das funções do cristalino faz com que essa estrutura precise ser removida.

A cirurgia de catarata envolve métodos delicados, porém muito precisos. O procedimento consiste em aspirar o cristalino danificado e implantar uma lente intraocular (LIO) em seu lugar – que será responsável por desempenhar a função do cristalino. Por falta de informação ou falta visita periódica ao médico, muitos pacientes com catarata têm receio da cirurgia e postergam a sua realização.

Ao contrário do que muitos pensam, o procedimento é seguro, sem riscos e eficiente em seus objetivos. Além disso, atualmente, essa cirurgia já permite não só recuperar a acuidade visual, mas, também, corrigir problemas de refração ocular.

A técnica de facoemulsificação

Atualmente, existem diferentes técnicas disponíveis para a realização da cirurgia de catarata. No entanto, a mais moderna é a técnica de Facoemulsificação. O método utiliza de ultrassom para fragmentar o cristalino danificado e, posteriormente, aspirar essas pequenas partículas antes da implantação da prótese artificial.

Esse é um procedimento bastante simples. O cristalino danificado é removido por uma micro incisão de apenas 2,5 mm (que não deixa qualquer cicatriz ocular).  Logo após a aspiração, a lente intraocular (LIO) é implantada. Assim que o paciente desperta, ele já pode retornar para casa.

Para quem a cirurgia de catarata é indicada?

A cirurgia é um tratamento que costuma ser recomendada para todos aqueles que possuem o diagnóstico da doença. Portanto, não existe um momento adequado para que ela possa ser realizada. Mas, dependendo da gravidade do quadro, o procedimento pode ser suspendido até que o quadro evolua. No entanto, é imprescindível o acompanhamento médico para decidir o melhor momento para realizar a cirurgia de catarata.

Mesmo que segura, a cirurgia é um tratamento invasivo – ainda que de baixo grau. Por isso, se a catarata for inicial, o paciente só será recomendado a realizá-la quando a sua qualidade de vida estiver diretamente afetada ou os óculos e lentes de contato já não funcionarem. Em contrapartida, alguns casos exigem que o procedimento seja feito o quanto antes. Pacientes com Catarata Crônica devem ser submetidos à cirurgia de urgência para evitar que as consequências da doença se agravem e perpetuem pelo resto da vida.

Quanto tempo leva o procedimento?

Mesmo que o paciente tenha opacificações em ambos os olhos, a cirurgia de catarata só pode ser realizada em um olho de cada vez. O procedimento é considerado rápido, sendo realizado em torno de 30 minutos.

A cirurgia de catarata dói?

Não, a cirurgia de catarata não dói. Esse é um procedimento cirúrgico indolor e categorizado como simples. Para evitar qualquer desconforto, o médico aplica uma anestesia local no olho do paciente. O anestésico pode ser aplicado em forma de colírio ou gel. Caso qualquer tipo de dor ou desconforto sejam sentidos durante esse processo, o paciente deve avisar seu médico imediatamente.

O processo de recuperação da cirurgia de catarata

Como o paciente recebe alta ainda no dia da a cirurgia, toda a sua recuperação é feita no conforto do lar. O operado só precisará dormir no hospital caso a cirurgia termine muito tarde ou aconteça alguma complicação. Quanto mais especializados forem os médicos, menores serão os riscos.

Ainda que seja bastante raro, pode haver pequenas complicações depois do procedimento. Afinal, estamos tratando de uma intervenção cirúrgica. Algumas delas necessitam, inclusive, de uma segunda intervenção operatória para solucionar o problema. Aumento na pressão intraocular, edemas, sensibilidade à luz, inchaço da córnea, deslocamento da retina ou da LIO são alguns exemplos.

Porém, muitos deles são evitados se o paciente seguir a risco as recomendações médicas. Veja os cuidados a serem tomados no pré-operatório e no pós-operatório:

Cuidados importantes no pré-operatório:

Por mais simples e rápido que seja o procedimento, esse ainda é um procedimento cirúrgico. Para o êxito da operação, o paciente deve seguir as seguintes orientações:

  • Garantir pelo menos dois dias de folga (um para antes da cirurgia e outro para a recuperação);
  • Joias, maquiagens, adereços e esmalte devem ser removidos;
  • Manter uma dieta líquida, livre de leites e derivados;
  • Não consumir bebidas alcoólicas 24h antes do procedimento;
  • Realizar jejum de 8 horas;
  • Beber pouca água se usar medicamentos para a pressão;
  • Utilizar roupas limpas e confortáveis.

Qualquer anormalidade que ocorra um dia antes ao procedimento deve ser informada aos médicos. No momento da cirurgia, o paciente deve estar acompanhado de um familiar ou amigo que não tenha nenhum compromisso agendado para aquele dia.

Cuidados importantes no pós-operatório

Após a operação, a recuperação costuma ser bastante rápida. É comum que nos primeiros momentos o paciente se sinta um pouco “atordoado” devido ao uso de anestesia. As orientações são simples, mas, devem ser seguidas corretamente para evitar qualquer complicação. Veja:

  • Aplicar o colírio prescrito pelo médico regularmente;
  • Cuidar para não comprimir ou lesionar a região;
  • Dormir e descansar bastantes nas primeiras 24h;
  • Evitar coçar os olhos;
  • Evitar contato com mar ou piscina por um mês;
  • Evitar lugares quentes e poluídos;
  • Higienizar bem os olhos, conforme recomendação médica;
  • Não dormir de bruços;
  • Não esfregar a região operada;
  • Não fazer esforços físicos e esportes;
  • Não utilizar maquiagem;
  • Redobrar os cuidados ao tomar banho;
  • Usar protetor ocular acrílico nos primeiros 15 dias.  

Atenção: A duração específica de cada uma dessas recomendações será estipulada pelo médico, levando em consideração o quadro do paciente. Para auxiliar no tratamento, o uso de antiinflamatórios também pode ser solicitado.

A escolha da lente intraocular é muito importante!

Cada paciente possui as suas peculiaridades. É normal que, principalmente na terceira idade, o portador de catarata tenha também outras doenças oftalmológicas ou comorbidades. As mais comuns são os problemas de refração, como astigmatismo, miopia e hipermetropia.

Mas, graças às tecnologias presentes nas lentes intraoculares, é possível corrigir esses problemas. No entanto, o que irá definir a correção é a escolha certa da LIO. Cada uma delas possui funções bem específicas e escolher a lente errada pode trazer complicações e, ainda, a necessidade de fazer uma nova cirurgia para alteração do implante.

Converse com o seu oftalmologista

Por isso, a conversa com um médico especializado nessa área é essencial para a escolha correta. Com tantas opções no mercado, o modelo mais adequado será definido após o paciente realizar todos os exames oftalmológicos necessários. Isso irá permitir que o médico confirme as necessidades do paciente.

Depois, uma análise profunda das opções de implante será feita. A melhor lente para a cirurgia de catarata é definida mediante cálculos específicos que analisam o trajeto da luz perante o globo ocular, garantindo o melhor desempenho possível para a visão do portador. É importante lembrar que as lentes intraoculares tendem a variar bastante de um modelo para o outro, indo desde tipos, até fabricantes, formatos e materiais de confecção.

Os tipos de lentes intraoculares disponíveis para a cirurgia de catarata

Atualmente, as lentes rígidas saíram de circulação, dando espaço para as lentes flexíveis. Produzidas a partir de um material mais maleável, essa opção apresenta melhor textura e requer uma incisão ainda menor para que seja implantada durante a cirurgia. Os tipos de lente intraocular são:

Monofocal não tórica: com curvatura específica, essa LIO corrige casos de astigmatismo de médio ou alto grau. Assim, é indicada para terminar com a dependência de óculos para longe.

Monofocal tórica: essa lente também trata o astigmatismo, porém o paciente deve ter o problema classificado como grau baixo. Em alguns casos de pós cirurgia, no entanto, o paciente ainda corre o risco de ter que continuar utilizando óculos de grau.

Multifocal tórica: é uma alternativa mais moderna que oferece pontos de foco tanto para longe quanto para perto. Trata ambos os problemas de uma única vez desde que o paciente tenha astigmatismo de grau médio.

Multifocal não tórica: indicada para pacientes com baixo grau de astigmatismo (abaixo de 1), miopia baixa e hipermetropia de até 6 graus. Não possibilita que o uso de óculos de grau seja suspenso.

Lente Intraocular.

Atualmente, a lente mais utilizada em cirurgias de catarata segue sendo a Monofocal não tórica. Mas, é normal que exista muita dúvida sobre o assunto.

Livre-se dos óculos e das lentes de contato com a cirurgia de catarata 

Estudos apontam que cerca de 80% dos portadores de catarata também possuem astigmatismo em algum nível. Assim, além de conviver com a visão opaca, ocasionada pelo cristalino adoecido, muitos ainda precisam conviver com o auxílio dos óculos de grau ou lentes de contato. Mas, o avanço da medicina permite que essa situação seja corrigida por completo.

Com a escolha correta da lente é possível se livrar dos óculos! No entanto, a lente ideal nesses casos é a lente tórica. Esse tipo de LIO possui uma tecnologia que permite corrigir e anular integralmente o astigmatismo, melhorando a visão. Além de obter mais qualidade de vida, a longo prazo o paciente também irá economizar, já que não vai precisar realizar trocas constantes de óculos de grau. De forma mais específica, a diferença entre tórica monofocal e tórica multifocal é que a monofocal corrige óculos para perto, mas não para longe.

Já a multifocal corrige ambas as distâncias. A multifocal não tórica é indicada para astigmatismos de baixo grau, também corrigindo dificuldades para ver de perto e de longe.

Estima-se que 98% dos pacientes que fizeram o procedimento conseguiram se livrar do uso dos óculos de grau. Mas, atenção: a cirurgia de catarata, por si só, não trata o astigmatismo. O que permite essa autonomia é a lente adequada. Como já mencionado, para concluir a necessidade de usar essa lente, é necessário que exames específicos sejam realizados.

O que é astigmatismo?

Como qualquer doença, o paciente pode ter astigmatismo e, por fata de diagnóstico, não ter conhecimento. É importante saber que o portador dessa doença possui uma visão borrada e imperfeita para perto e para longe, perdendo a nitidez de contrastes e linhas.

Enquanto a pessoa sem astigmatismo possui as estruturas da córnea do cristalino regulares e arredondadas, o portador da doença tem as estruturas irregulares e ovaladas. A condição altera a forma como os raios de luz chegam até o fundo dos olhos. Por ser evolutiva, a doença pode ser classificada como de baixo, médio ou alto grau.

A relação entre a Síndrome do Olho Seco e a catarata

Outra patologia ocular que tem uma ligação direta com a catarata é a Síndrome do Olho Seco. Estudos clínicos apontam que cerca de 80% dos pacientes com catarata também possuem alguns dos sinais desse distúrbio. A Síndrome do Olho Seco é uma condição ocular causada por uma alteração na produção de filme lacrimal do paciente.

Os seus principais sintomas são visão borrada, ardência, lacrimejamento e sensação de ter um corpo estranho nos olhos. Muitos portadores diagnosticados com catarata, no entanto, podem não saber que possuem essa complicação. Esse é mais um motivo para que o oftalmologista seja procurado, especialmente se você tem interesse em realizar a cirurgia de catarata.

Não tratar a Síndrome do Olho Seco e operar mesmo assim pode comprometer os resultados do procedimento. Mas, a parte positiva é que esse tratamento dura em torno de seis meses apenas. O tratamento da síndrome pode variar de caso para caso. Mas, algumas das opções variam entre:

  • Uso de lágrimas artificiais;
  • Colírios lubrificantes;
  • Anti-Inflamatórios;
  • Outros.

Faça anamnese!

Antes de realizar a cirurgia, o indicado é passar por uma completa avaliação pré-operatória chamada Anamnese. O médico irá investigar possíveis alterações na saúde ocular do paciente que possam afetar o resultado da cirurgia. Esse é um processo minucioso, que analisa o histórico ocular, sendo complementado com outros exames oculares específicos.

As possíveis complicações da cirurgia de catarata

Todos os cuidados são fundamentais, uma vez que ninguém está livre de passar por complicações após o tratamento para catarata. Mas, é importante esclarecer alguns pontos que costumam deixar os pacientes nervosos. Infelizmente, existem muitos fatos distorcidos sobre a catarata.

Os principais deles dizem respeito à cirurgia em si. Uma falácia grave é afirmar que, após a realização da operação, a catarata pode retornar. No entanto, uma vez que o cristalino é removido, não há meios para que a doença se desenvolva novamente. Ou seja, após a cirurgia, a catarata não volta a dar sinais.

Assim, o principal tipo de complicação que pode ocorrer é a opacificação da cápsula posterior do olho. O problema é registrado em apenas alguns casos após a cirurgia.

Opacificação da cápsula posterior

A opacificação da cápsula posterior é uma complicação considerada comum e que não oferece riscos para o paciente. Porém, esse transtorno é raro e acomete apenas uma parte dos pacientes que realizam a cirurgia de catarata. Por motivos naturais do próprio organismo, pode ocorrer da lente intraocular inserida acumular resíduos.

A situação não se trata de um erro cirúrgico. Mas, de qualquer maneira, a opacificação não deixa de ser desagradável, já que o paciente volta a perceber um leve turvamento (ou mancha) na visão. Além disso, o problema pode desencadear nervosismo no paciente, já que muitos acreditam que a doença retornou.

Mas isso é um equívoco! Ao perceber a complicação, o paciente deve permanecer calmo e procurar o seu oftalmologista! Solucionar o problema é bastante simples. Pequenos procedimentos de limpeza permitem que a lente e visão voltem ao estado normal.

Capsulotomia YAG Laser após a cirurgia de catarata

Limpar a lente intraocular é simples, seguro e indolor. Através do procedimento moderno, chamado Capsulotomia YAG Laser, qualquer opacificação remanescente pode ser removida. Durante o procedimento, realizado diretamente em consultório ou clínica oftalmológica, a pupila do paciente é dilatada e, através de uma micro abertura na cápsula, permite-se que a luz volte a alcançar totalmente a retina.

Assim, de forma simples, a nitidez da visão é recuperada por completo. Além de ser altamente eficaz para esses casos, o procedimento usa de baixas energias de YAG Laser para concluir a intervenção. Como é necessário que a pupila seja dilatada, a única recomendação é que no dia da sessão o paciente vá ao consultório acompanhado de uma pessoa de sua confiança.

A limpeza, no entanto, nem sempre é feita em uma única sessão. A quantidade necessária de sessões será definida pelo médico.

A sua saúde ocular deve ser prioridade!

A visão é considerada por muitos o nosso sentido mais importante. Além disso, ela está diretamente relacionada com a nossa qualidade de vida. Por isso, não negligencie a sua saúde ocular! O recomendado é que a partir dos 40 anos qualquer paciente realize o exame de fundo de olho anualmente para investigar alterações ou evitar a progressão de doenças como a catarata.

Além de atender consultas oftalmológicas, a NeoOftalmo também realiza exames e cirurgias, atendendo 15 planos de saúde bastante populares no mercado. Conte com uma equipe especializada e preparada para atender você!