Em 10 de novembro celebra-se o Dia Mundial do Ceratocone, uma doença oftalmológica de caráter hereditário e progressivo, que se identificada inicialmente pode ser tratada para evitar complicações visuais e a necessidade de transplante de córnea. A causa do Ceratocone ainda não é totalmente conhecida mas, normalmente, o quadro se inicia ainda na infância, quando a córnea – principal lente do olho humano – começa a afinar e a assumir um formato mais cônico, de onde vem o nome da doença.
Consequentemente, o paciente tem baixa de acuidade visual e outras alterações oftalmológicas.
A causa do Ceratocone
A causa do Ceratocone ainda não é totalmente conhecida pela comunidade científica, mas sabe-se que é uma doença de caráter genético e hereditário com grande influência de fatores ambientais e comportamentais. Portanto, a causa do Ceratocone é considerada multifatorial, de forma que o surgimento do quadro pode ser impedido ou adiado ao evitar comportamentos danosos para os olhos.
O principal fator comportamental, considerado uma importante causa do Ceratocone, é o hábito de coçar os olhos, que pode danificar a córnea principalmente de pessoas com predisposição genética. Portanto, essa prática deve ser evitada desde a infância, bem como toda alergia ocular deve ser tratada adequadamente para reduzir o sintoma da coceira.
Vale ressaltar, ainda, que a incidência da doença em indivíduos com alterações oculares congênitas é maior, como Catarata e esclerótica azul, e em pacientes com síndrome de Down, de Ehlers-Danlos, de Turner e outras são fatores que reforçam a teoria de que a causa do Ceratocone é principalmente genética.
Sinais e sintomas da doença
Por ser uma doença que afeta a principal lente refrativa do olho humano, os principais sintomas do Ceratocone são:
- Sensibilidade à luz;
- Visão dupla ou múltipla;
- Visualização de halos ao redor das fontes luz;
- Alteração frequente na prescrição dos óculos;
- Comprometimento da visão noturna.
Diagnóstico do ceratocone
A suspeita de Ceratocone é levantada quando o paciente apresenta alguns dos sintomas relatados acima ou quando há casos conhecidos da doença na família, mesmo na ausência de alterações visuais. Nesses casos, é importante investigar se, de fato, o paciente tem Ceratocone e definir o grau de avanço.
O primeiro passo para confirmar ou descartar o diagnóstico do Ceratocone é fazer a Biomicroscopia (exame da lâmpada de fenda), que permite ao médico visualizar todas as camadas oculares, desde a córnea até o nervo óptico. Outros exames mais específicos, como a Topografia e a Paquimetria Corneana, permitem confirmar o diagnóstico em pacientes que têm resultados normais na Biomicroscopia.
Opções de tratamento
Após firmar o diagnóstico e definir o grau de comprometimento da córnea do paciente, o oftalmologista escolhe o tratamento mais adequado, buscando evitar a progressão da doença e corrigir a baixa de acuidade visual. As principais opções de tratamento do Ceratocone são:
Crosslink
O Crosslink é uma opção de tratamento a laser que aumenta a capacidade de sustentação das fibras oculares evitando a progressão da doença. Essa medida terapêutica promove a estabilização do Ceratocone em 90% dos casos e pode melhorar a topografia da córnea em até 60% dos pacientes dependendo do grau de comprometimento.
Anel de Ferrara
Esse é um procedimento indicado para pacientes com comprometimento grau 3 de Ceratocone, e consiste na implantação de um anel intracorneano. Além de corrigir a morfologia da córnea, esse tratamento ajuda a diminuir os graus de refração causados por astigmatismo.
Transplante de córnea
Casos muito avançados de Ceratocone devem ser submetidos a um Transplante de Córnea, feito com anestesia local e sem necessidade de sedação e de internação. Porém, o pós-operatório demanda mais cuidados, dado que a visão leva de 6 a 12 semanas para se estabilizar.
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