O estrabismo é uma doença que afeta a acuidade visual e também a aparência dos pacientes. Porém, o que muitos não sabem, é que a sua incidência pode ser maior entre os portadores de autismo. Estudos americanos já confirmaram que a probabilidade de autistas desenvolverem alguma doença oftalmológica é 10% maior. Descubra tratamentos e a relação entre essas doenças tão distintas, porém, tão comuns durante a infância.

O que é estrabismo?

O estrabismo é uma condição caracterizada pela falta de paralelismo ocular e o desalinhamento dos eixos visuais. Deste modo, um olho tende a ficar fixado para frente e outro para o lado. O desvio pode ocorrer em um ou nos dois olhos afetando a acuidade visual do portador. Apesar de ser mais comum em crianças, a patologia também pode surgir na fase adulta. 

Os olhos possuem seis músculos que controlam os movimentos, ajudando a focar nos objetos. O alinhamento desses músculos faz uma espécie de fusão que contribui no reconhecimento das imagens pelo cérebro. Porém, quando existe uma desarmonia neste balanceamento muscular, o desvio aparece forçando a vista do paciente para um dos lados.

Estrabismo: tipos e sintomas

Existem dois tipos de estrabismo: esotropia e exotropia. A esotropia é caracterizada pelo desvio ocular para fora dentro, em direção ao canto do olho, sendo mais frequente. No segundo caso, o desvio acontece para fora, sendo a condição mais difícil de detectar. Porém, em ambos os casos, os sintomas mais comuns são: 

  • Confusão ao enxergar;
  • Dores de cabeça; 
  • Imagens turvas; 
  • Torcicolo; 
  • Visão dupla.

O que é autismo?

É comum que as pessoas não saibam ao certo o que é o autismo. O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico que ainda tem as suas reais causas desconhecidas pela medicina. Entretanto, é uma patologia que afeta o comportamento, comprometendo a comunicação, a interação social e a percepção de realidade do paciente.

A relação entre autismo e estrabismo

Estudos oftalmológicos envolvendo TEA já comprovam um forte vínculo entre autismo e diversas patologias oculares. Uma pesquisa feita pela American Journal of Ophthalmology analisou 60 mil crianças com autismo e confirmou que 13,5% delas tinham algum problema ocular.

Entretanto, o estrabismo e a ambliopia, que por si só é uma consequência da visão estrábica, estão entre as principais doenças correlacionadas. Isso ocorre porque o autista apresenta mais alterações no processamento do globo ocular, dificultando o modo como as informações são processadas pelo cérebro. Devido às condições, é complicado diagnosticar outras patologias em autistas. Mas, esses sintomas podem indicar estrabismo: 

  • Cabeça virada; 
  • Olhos revirados;
  • Pouco contato visual; 
  • Sensibilidade à luz.

Diagnóstico e avaliação conjunta

O recomendado é que os autistas realizem um check up oftalmológico pelo menos uma vez ao ano. Sem o devido tratamento, a visão do portador pode se tornar deficiente, especialmente quando o desvio é para dentro (esotropia). Neste caso, a visão acaba se tornando enfraquecida e pode apresentar danos irreversíveis. Essa fraqueza ocular dá origem a uma outra patologia ocular, a ambliopia. 

Os portadores de autismo, porém, já convivem com muitas limitações. Por esse motivo, é importante que obtenham um diagnóstico precoce através de uma avaliação conjunta com um oftalmologista especializado. Como o quadro é mais comum entre as crianças, um oftalmopediátrico seria o mais indicado, já avaliando outras complicações oculares e de TEA.

Cuidados e tratamentos

A melhor maneira de evitar o agravamento do quadro é manter uma visita ao oftalmologista. Além de detectar precocemente casos, o especialista poderá recomendar o tratamento adequado. Existem diferentes intervenções, como: 

  • Óculos
  • Uso de tampões; 
  • Aplicações de toxina botulínica; 
  • Cirurgia de correção. 

A intervenção cirúrgica, porém, é recomendada apenas nos casos mais extremos. Para um diagnóstico seguro, agende uma consulta na NeoOftalmo!