O câncer pode acometer diferentes órgãos e tecidos do corpo humano. Por isso, mesmo que em condições mais raras, os olhos também podem sofrer alterações malignas. O retinoblastoma é um tumor intraocular maligno primário que afeta, em sua maioria, crianças pequenas.
Recentemente, a doença ganhou notoriedade quando o jornalista Tiago Leifert anunciou que a sua filha, ainda bebê, foi diagnosticada. Além da malignidade, portadores desse tipo de câncer possuem 50% de chance de passar hereditariamente a doença para seus descendentes. Mas, afinal, qual é a gravidade e como detectar um tumor desse tipo? Saiba mais sobre a retinoblastoma!
Quase sempre diagnosticado em crianças, esse tipo raro de tumor maligno acomete as células da retina, podendo ser unilateral ou bilateral. O desenvolvimento do câncer se faz aparente quando a pupila, ao invés de preta, se torna esbranquiçada (leucocoria).
Apesar de ser comum principalmente entre os 2 e 5 anos de idade, não é raro que recém-nascidos sejam diagnosticados. Afinal, a doença pode se desenvolver de uma das seguintes formas:
Uma das principais características da doença são as alterações na visão, que deixam um reflexo vermelho nos olhos da criança, perceptível em fotografias ou através do próprio teste de reflexo vermelho.
O retinoblastoma costuma aparecer sem aviso prévio. Mas, felizmente, a doença apresenta sintomas bem específicos:
Em quadros agravados, outros sintomas são perceptíveis, como dores de cabeça, dor ocular e globo ocular aumentado.
O diagnóstico precoce desta forma de tumor é o melhor caminho para garantir tratamento adequado. Por isso, os cuidados começam ainda na maternidade, onde todo recém-nascido deve ser submetido ao Teste do Olhinho com até 72 horas de vida. O Teste do Olhinho dever ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida da criança. Identificada qualquer anormalidade, o paciente deve ser encaminhado para consulta com oftalmologista que aprofundará a investigação.
Para ampliar a proteção da saúde ocular, recomenda-se ainda que bebês de 6 a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo, que deve ser repetido entre três e cinco anos.
A ultrassonografia ocular deve ser realizada e pode identificar pontos brilhantes intralesionais consistentes com cálcio. A tomografia computadorizada também pode mostrar as calcificações, caso a ultrassonografia não esteja disponível. A ressonância de crânio é necessária para estadiar o tumor.
O tratamento do retinoblastoma apresentou grande avanço nas últimas décadas. As taxas de cura são superiores a 95% com tratamento adequado.
Em caso de confirmação de diagnóstico, a criança iniciará o tratamento, que depende de vários fatores , como localização e tamanho do tumor, disseminação além do olho e possibilidade de preservação da visão. O tratamento do retinoblastoma é complexo, e deve ser adaptado a cada caso individual. Podem ser adotados diferentes procedimentos, como quimioterapia, terapia focal e métodos cirúrgicos.
A vida de uma criança é duplamente sensível quando comparada à de um adulto. Por isso, o quanto antes uma doença for descoberta, melhor. O diagnóstico precoce do retinoblastoma, unido ao tratamento adequado, possibilita grandes de chances de cura.
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